Ximlóp é uma palavra tão inventada quanto a história desse livro. E inventar é como imaginar: não há regras certas ou erradas a seguir. Tudo pode: imaginar coisas que não existem, situações
absurdas e, até mesmo, palavras novas e esquisitas.
A palavra Ximlóp, por exemplo, até desobedece uma das regras ortográficas mais conhecidas, que diz que a letra M só pode vir antes das consoantes P e B.
E isso pode? Num território de invenção, como no livro, pode.
“E por que escrevi este livro? Um dia, enquanto eu apresentava meus livros para uma plateia de estudante universitários, o professor que havia me convidado disse à turma de alunos: “É importante sempre avaliarmos se os outros querem ou não ouvir o que temos a dizer”. Respondi na mesma hora: “Eu
discordo”. Para mim, importante mesmo é a gente dizer o que sente, o que pensa. Ainda mais nestes tempos de crescente uniformização de ideias. Mas, e se o que a gente tem a dizer for diferente do que todo mundo diz? E se ninguém entender? E se acharem esquisito? E se ninguém der bola? Bem, tudo isso pode até ser um pouco chato, concordo. Mas temos que dizer mesmo assim. Pois é como surgem as coisas novas. E é isso o que realmente interessa. É para isso que temos nossa voz, é para isso que escrevemos novos livros.” Gustavo Piqueira
sobre o autor
Gustavo Piqueira é artista gráfico, designer, pesquisador e escritor, com mais de 40 livros publicados, nos quais mistura livremente texto e imagem, ficção e não ficção, design, história e tudo mais que encontrar pelo caminho. À frente da Casa Rex, é um dos mais premiados designers gráficos do Brasil, tendo recebido mais de 600 prêmios. @gustavopiqueira @casarexdesign