O país perfeito provoca questionamentos e crítica social disfarçados em alegorias e brincadeiras, recorrendo ao humor, à ironia, às expressões hiperbólicas, ao vocabulário que não subestima o leitor e às ilustrações provocativas, carregadas de cores, informações e referências
O autor reconta uma história de tradição oral e acentua, por meio da linguagem verbal e visual, a estrutura narrativa da repetição também com finalidade semântica: as estratégias para resolução do problema nunca são efetivas, já que, ao se repetir o mesmo modelo, sem se ocupar da natureza que o gerou, não se erradica o conflito, apenas se camufla a tentativa de resolvê-lo. Quando o livro retorna ao início, o leitor percebe o ciclo: nada mudou, só a espécie dos dominadores.
“Acredito que, em arte, tudo é diálogo. E este livro dialoga com uma antiga crônica de Rubem Alves. Nela, o escritor mencionava uma fábula sobre um reino distante e uma sequência de tentativas para dar fim à infestação de ratos, envolvendo gatos, cães, leões e, por fim, elefantes. Encantado com as imagens evocadas pelo reconto da fábula e com seu teor político, transformei o reino em país, a narração em versos e acentuei, também por meio da ilustração, o duplo sentido e as possibilidades interpretativas. Minha intenção é convidar o leitor a reconhecer que a arte é uma conversa infinita”
Rodrigo Fischer
Sobre o autor
Rodrigo Fischer é pernambucano, nascido em Recife e criado em Olinda. Formado em Letras pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), é doutorando em Literatura e Interculturalidade, também pela UFPE, e professor do Ensino Médio. Apaixonou-se pela literatura infantil ao atuar como mediador de leitura em uma biblioteca comunitária. Posteriormente, formou-se no curso de ilustração da Escola Usina de Imagens, em Recife. Desde então, ilustra livros por diversas editoras, além de colaborar com revistas e outros projetos, incluindo cartazes.
O País Perfeito, publicado pela Editora Joaquina, é seu primeiro livro totalmente autoral.